As origens do Kitab-i-Iqan

por Adib Taherzadeh

traduzido e adaptado da obra The Revelation of Bahá'u'lláh, vol. I

CIRCUNSTÂNCIAS DA SUA REVELAÇÃO

De entre todas as Escrituras de Bahá'u'lláh, o Kitáb-i-Íqán (O Livro da Certeza) é o de maior importância, com excepção do Kitáb-i-Aqdas (O Livro Mais Sagrado). Foi revelado em Bagdade, cerca de dois anos antes de Sua Declaração, em honra de Hájí Mirzá Siyyid Muhammad, o tio materno do Báb.

O Báb tinha três tios maternos. O primeiro a abraçar a Sua Fé foi Hájí Mirzá Siyyid 'Ali, conhecido por Khál-i-A'zam (O Maior Tio). Foi ele que cuidou do Báb, e após o falecimento do Seu pai, foi responsável pela Sua educação.

Hájí Mirzá Siyyid 'Ali tomou conhecimento das qualidades espirituais e poderes sobre-humanos que o seu Sobrinho manifes¬tava desde tenra idade. Reconheceu prontamente a posição do Báb e tornou-se um crente fervoroso quando conheceu as Suas pretensões. De facto, após as Letras da Vida, ele foi a primeira pessoa em Shíráz a reconhecer a origem divina da Mensagem do Báb. Desde então, dedicou inteiramente a sua vida à promoção da recém-nascida Fé e à protecção do seu jovem fundador. Alguns meses após o martírio do Báb, foi preso, e por recusar negar a sua fé, foi martirizado publicamente. Ele foi um dos Sete Mártires de Teerão.

O tio mais velho, Hájí Mirzá Siyyid Muhammad, se bem que plenamente conhecedor das salientes qualidades do seu Sobrinho, só se converteu à Sua Fé após ter conhecido Bahá'u'lláh em Bagdade e ter recebido o Kitáb-i-Íqán em resposta às suas questões. O terceiro tio era Hájí Mirzá Hasan-'Alí.

Durante alguns anos Hájí Mirzá Siyyid Muhammad dirigiu os seus negócios como comerciante, longe de casa, em Bushir, em associação com o seu irmão Hájí Mirzá Siyyid 'Ali e o seu Sobrinho, o Báb. Quando estes dois partiram para Shíráz, ele continuou o seu trabalho, e ainda estava em Bushir quando o Báb declarou a Sua Missão aos Seus primeiros discípulos. Mais tarde, o Báb, quando fez a Sua peregrinação a Meca, passou por Bushir e ficou em casa de Hájí Mirzá Siyyid Muhammad. Alguns meses depois, na viagem de regresso a Shíráz, o Báb passou de novo em casa do Seu tio. Foi durante estas visitas que Hájí Mirzá Siyyid Muhammad testemunhou uma transformação no espírito do Báb, e escreveu sobre isso à sua mãe e irmã (a mãe do Báb) nestas palavras:
...Sua eminência Jináb-i-Hájí[1]  chegou em segurança e eu estou grato por passar o meu tempo na Sua presença. Parece-me aconselhável que Ele deva ficar em Bushir durante algum tempo; mas estejam certas que Ele em breve partirá para casa... Em verdade, a Sua alma bondosa é fonte de felicidade para o povo deste mundo e do próximo. Ele honra-nos a todos.[2]
No entanto, apesar destes comentários e da sua infalível admiração e respeito pelo Báb, Hájí Mirzá Syyid Muhammad não reconheceu a Sua posição durante muitos anos e permaneceu desligado da Sua Causa.

Mais tarde, os martírios do Báb e Seu ilustre tio, em 1850, trouxeram imensa dor e choque a todos os membros da família. A mãe do Báb, Fátimih-Bagum, não podia mais suportar viver na sua casa em Shíráz, e mudou-se para o Iraque, para a cidade de Karbilá, perto do Túmulo do Iman Hussayn. Até ao momento da chegada de Bahá'u'lláh ao Iraque, após o seu encarceramento no Síyáh-Chál, e até Ele ter estabelecido contacto consigo, ela não estava consciente da Mensagem do Bab. Foi Bahá'u'lláh que deu instruções a Hájí Siyyid Javád-i-Karbilá'i[3], um dos mais dis¬tintos primeiros discípulos do Báb, acompanhado de uma crente dedicada, a esposa de um certo Shaykh 'Abdu'l-Majíd-i-Shírází, para se encontrarem com a mãe do Báb e lhe demonstrarem a verdade da Missão do seu ilustre Filho. Este contacto estabelecido por Bahá'u'lláh teve uma resposta maravilhosa. A sua alma reanimou-se e a glória da nova Fé de Deus fundada pelo Báb revelou-se perante os seus olhos. Posteriormente, ela reconheceu a posição de Bahá'u'lláh, abraçou a Sua Fé e nela permaneceu firme até ao fim da sua vida.

Se bem que vários parentes do Báb, incluindo a Sua esposa tivessem aceitado a Fé durante os primeiros anos do Seu Ministério, e milhares de seguidores tivessem dado as suas vidas no Seu caminho, Hájí Mirzá Siyyid Muhammad não estava de modo algum convencido de que o Báb, seu Sobrinho, pudesse ser o Prometido do Islão. Vários crentes tentaram dissipar as suas dúvidas, mas os seus esforços não tiveram efeito. Hájí Mirzá Habíbu'lláh, um Afnán que era um dos vigilantes da casa do Báb em Shíráz, registou o seguinte relato do seu pai Aqá Mirzá Núru'd-Din, um seguidor do Báb, sobre uma série de discussões que ele travou com Hájí Mirzá Siyyid Muhammad. Estas discussões parecem ter sido o ponto de viragem na vida espiritual do tio do Báb.
...Durante as nossas primeiras discussões Hájí Mirzá Siyyid Muhammad manteve uma atitude negativa e repudiava qualquer prova ou argumento que eu lhe apresentasse. Estas discussões duraram várias reuniões. Uma vez, quando eu falava sobre a Fé, com grande fervor e convicção, ele voltou-se para mim e estupefacto exclamou: "Você está realmente a dizer que o meu Sobrinho é o prometido Qá'im?" Quando eu reafirmei a minha crença de que Ele era, Hájí Mirzá Siyyid Muhammad ficou perplexo e comentou que tudo isto era muito estranho. Começou, então, a meditar e perdeu-se nos seus pensamentos. Ao vê-lo assim num estado tão reflectivo não pude deixar de rir. Ele perguntou-me porque ria, mas porque isso podia ter nele um reflexo negativo, fiquei relutante em responder. No entanto, ele insistia e eu disse-lhe: "O seu ponto de vista de que o seu Sobrinho não pode ser o Qa'im é semelhante à objecção de Abú-Lahab[4]. Ele também dizia «Como é possível que o meu sobrinho se tenha tornado um profeta?». Mas Maomé era o verdadeiro Profeta de Deus. Agora compete-lhe a si investigar esta Causa. Você deve estar muito orgulhoso por o Sol da Verdade ter despontado na sua família e a Luz tenha brilhado na sua casa. Não se esconda dela e não fique admirado, pois Deus pode fazer do seu Sobrinho o Prometido do Islão. Fique certo que Deus nunca tem as mãos atadas".

Hájí Mirzá Siyyid Muhammad ficou convencido com estas palavras. Disse: "Isto é uma resposta irrefutável. Agora que hei-de fazer?" Sugeri-lhe que ele podia ir, como peregrino, visitar os Santos Sepulcros[5], no Iraque, onde poderia visitar também a sua irmã (mãe do Báb), que aí vivia desde o martírio do seu filho, e depois seguir para Bagdade, alcançar a presença de Bahá'u'lláh, colocar-Lhe as suas questões e apresentar-Lhe as suas dificuldades. Instiguei-o a prosseguir a sua busca e a confiar em Deus. Expressei a esperança de que os véus que o impediam agora de ver a verdade pudessem ser retirados dos seus olhos, e que ele pudesse alcançar a verdadeira Fé de Deus... Ele concordou com a minha sugestão e disse sentia no seu coração que este era o rumo a tomar. Hájí Mirzá Siyyid Muhammad escreveu então ao seu irmão mais novo, Hájí Mirzá Hasan-'Ali, que era comerciante em Yazd, pondo-o ao corrente dos seus planos de visitar os Sepulcros e a irmã, e convidou-o a juntar-se a ele na viagem. Hájí Mirzá Hasan-'Ali pediu ao irmão que o aguardasse em Shíráz. Viajaram juntos para o Iraque, passando por Bushir. Hájí Mirzá Siyyid Muhammad, no entanto, não deu a conhecer o verdadeiro propósito da sua viagem até terem chegado a Bagdade. Aí ele contou ao seu irmão que o primeiro objectivo da sua viagem ao Iraque era investigar a autenticidade da Fé, e depois visitar os Sepulcros e a mãe do Báb. Convidou o irmão a permanecer em Bagdade durante um curto período, de modo que os dois pudessem alcançar a presença de Bahá'u'lláh e depois prosseguir viagem e visitar os Sepulcros.

Ao ouvir isto Hájí Mirzá Hasan-'Ali ficou furioso, e se bem que fosse mais novo, falou rudemente para o irmão.

Avisou que em nenhumas circunstâncias se associaria com ele nestes assuntos, e que não queria ouvir falar sobre a Fé. Nesse mesmo dia deixou Bagdade[6].
Quando isto aconteceu, Hájí Mirzá Siyyid Muhammad decidiu acompanhar o seu irmão aos Sepulcros. Foi no seu regresso a Bagdade que ele foi levado à casa de Bahá'u'lláh, onde, sozinho, alcançou a Sua presença. Isto ocorreu em 1862 (1278 A.H.).

O amanuense de Bahá'u'lláh, Mirzá Aqá Ján descreveu as circunstâncias que levaram à revelação do Kitáb-i-Íqán, numa epístola dirigida a Shaykh 'Abdu'l-Majíd-i-Shírází. Diz ele que, um dia, Hájí Siyyid Javád-i-Karbilá'í foi ter com Bahá'u'lláh e informou-O que os dois tios do Báb, tendo visitado os Santos Sepulcros em Najaf e Karbilá, estavam agora em Bagdade e em breve retornariam a casa. Tendo averiguado que Hájí Siyyid Javád não havia falado da Fé com eles, Bahá'u'lláh advertiu-o delicadamente por ele não estar envolvido no ensino da Causa. Deu-lhe, então, instruções para convidar os dois irmãos a vir à Sua presença.

No dia seguinte Hájí Siyyid Javád chegou com o tio do Báb. Hájí Mirzá Siyyid Muhammad. O irmão mais novo não veio. As palavras de Bahá'u'lláh elevaram e submergiram o tio do Báb logo que ele se sentou na Sua presença. No final ele suplicou a Bahá'u'lláh que clarificasse a verdade da Mensagem do Báb, tendo em mente que, no seu ponto de vista, algumas tradições do Islão sobre o prometido Qa'im, aparentemente, não haviam sido cumpridas pelo seu Sobrinho. A isto Bahá'u'lláh consentiu prontamente. Mandou-o ir para casa e fazer, após considerar cuidadosamente, fazer uma lista de todas as questões que o confundiam e todas as tradições sobre as quais ele tinha dúvidas, e que as trouxesse.

No dia seguinte Hájí Mirzá Siyyid Muhammad chegou com as suas questões. No espaço de dois dias e duas noites, o Kitáb-i-Íqán, uma longa epístola (com mais de duzentas páginas) abordando todas as suas questões, foi revelada por Bahá'u'lláh. Nos primeiros dias este livro era conhecido por Risáliy-i-Khál (Epístola ao Tio), mas mais tarde Bahá'u'lláh designou-o por Kitáb-i-Íqán.

Entre os documentos conservados pela família dos Afnán estão as questões que Hájí Mirzá Siyyid Muhammad colocou a Bahá'u'lláh. Estão escritas pela sua mão, em duas folhas e sob quatro títulos, todas lidando com a vinda do prometido Qa'im. A sinceridade do tio do Báb em procurar a verdade é evidente nas suas questões. Repetidamente ele suplica a Bahá'u'lláh que disperse as suas dúvidas para que o seu coração possa estar seguro e ele possa alcançar a fé e a certeza absoluta na Causa do Báb.

Hájí Siyyid Muhammad ficou tão afectado pelo seu encontro com Bahá'u'lláh, que escreveu imediatamente uma carta ao seu filho, Hájí Mirzá Muhammad-Taqí, em que dizia:
...Alcancei a presença de Sua Honra Bahá (que a paz esteja sobre Ele) e desejava que pudesses ter estado presente! Ele tratou-me com o máximo afecto e favor, e atenciosamente pediu-me para ficar durante a noite. É uma verdade absoluta que a privação da Sua magnânima presença é uma penosa perda. Que Deus me conceda o privilégio de alcançar a Sua presença perpétuamente.[7]
O Kitáb-i-Íqán dispersou todas as dúvidas de Hájí Mirzá Siyyid Muhammad guardava em mente. Como resultado da leitura deste livro, ele atingiu um estado de certeza e reconheceu a posição do Báb. No seu testamento, alguns anos mais tarde, ele declara a sua fé, reconhecendo a autenticidade das Mensagens do Báb e Bahá'u'lláh, identificando-se como seguidor destas Manifestantes gémeos de Deus.

Quanto a Hájí Mirzá Hasan-'Ali, o tio mais novo do Báb, ele regressou a Yazd sem ter conhecido Bahá'u'lláh. Alguns anos mais tarde, todavia, através dos esforços da sua jovem esposa, ele também aceitou a Fé e permaneceu constante durante a sua vida.

De facto, toda a família do Báb, incluindo a Sua mãe, a Sua esposa, Seus tios e descendentes (chamados Afnán) abraçou a Fé. Isto foi profetizado pelo próprio Báb, pois Ele disse que Deus através da Sua magnificência guiaria toda a Sua família a reconhecer a verdade da Sua Causa.

A cópia original do Kitáb-i-Íqán, que Hájí Mirzá Siyyid Muhammad recebeu, foi transcrita por 'Abdu'l-Bahá, que tinha então dezoito anos. Nas margens de algumas páginas Bahá'u'lláh fez algumas correcções pela Sua própria mão, quase no final do livro, escreveu esta passagem:
No meio de todas elas, mantivemo-Nos firmes, a vida na mão, inteiramente resignados à Sua vontade; para que talvez, através da benevolência de Deus e Sua graça, esta Letra[8] revelada e manifesta possa oferecer a vida em holocausto no caminho do Ponto Primaz[9], a mais excelsa Palavra. Por Aquele a Cujo mando o Espírito falou, Nós não nos teríamos detido nesta cidade, nem por um momento mais, se não fosse por causa desse anelo de Nossa alma. "Testemunha suficiente para Nós é Deus".[10]
Durante muitos anos a cópia original do Kitáb-i-Íqán permaneceu com a família de Hájí Mirzá Siyyid Muhammad, até que em 1948, a sua bisneta, Fátimih Khánum-i-Afnan, a ofereceu a Shoghi Effendi, o Guardião da Fé. Chegou-lhe às mãos alguns anos mais tarde, e foi colocada no Edifício dos Arquivos Internacionais Bahá'ís, no Monte Carmelo.

A IMPORTÂNCIA DO KITÁB-I-ÍQÁN

Talvez se possa dizer que o Kitáb-i-Íqán era mais divulgado entre os primeiros crentes na Pérsia do que qualquer outra Escritura de Bahá'u'lláh. Nesses dias a única maneira de tornar as Sagradas Escrituras disponíveis aos amigos, era transcrevendo¬-as. As novas Epístolas chegavam e os crentes estavam muito ansiosos para fazerem cópias para si. Cópias de várias Epístolas foram frequentemente reunidas e encadernadas. Existem muitos destes volumes escritos à mão, contendo compilações das Epístolas do Báb, de Bahá'u'lláh e 'Abdu'l-Bahá, na posse de famílias Bahá'ís, que as herdaram dos seus antepassados e para quem eram muito preciosas.

Existiam alguns indivíduos na Pérsia cuja ocupação a tempo inteiro era transcrever as Escrituras, e os crentes obtinham as suas cópias através deles. O Kitáb-i-Íqán foi uma das obras que manteve estes homens a transcrever durante muitos anos, para poder satisfazer os pedidos.

Do ponto de vista literário o Kitáb-i-Íqán pode ser visto como um trabalho proeminente da literatura Persa. Shoghi Effendi, o Guardião da Fé, que traduziu este livro, de um modo soberbo, para inglês, descreveu-o nestas palavras:
Primeiro entre os inestimáveis tesouros produzidos pelo oceano encapelado da Revelação de Bahá'u'lláh, encontra-se o Kitáb-i-Íqán... Um modelo de prosa persa, de um estilo simultaneamente original, puro, vigoroso e notavelmente lúcido, incisivo na sua argumentação e inigualável e irresistível na sua eloquência, este livro, expondo em linhas gerais o Grande Plano Redentor de Deus, ocupa um lugar único em relação a qualquer outra obra de toda a literatura Bahá'í, com excepção do Kitáb-i-Aqdas, o Livro Mais Sagrado de Bahá'u'lláh.[11]
Até o Kitáb-i-Íqán ter sido revelado, as missões de todos os Profetas de Deus, o propósito das Suas Revelações e o verdadeiro significado das Suas palavras tinham ficado por revelar. Com a revelação deste livro, o significado das «palavras» que segundo Daniel estavam «fechadas e seladas até ao tempo do fim»[12]  tornaram-se evidentes. O «selo» que a Providência, por milhares de anos, havia colocado sobre os Livros Sagrados de todas as religiões, foi removido.

O Kitáb-i-Íqán é o melhor exemplo de como ensinar a Causa de Deus. Em vez de explicar de uma vez as provas da autenticidade da Mensagem do Báb, Bahá'u'lláh fala primeiro sobre outros Profetas, retrata Suas vidas e Seus sofrimentos, demonstra a verdade das Suas Missões e descreve aspectos comuns das Suas Religiões. Deste modo Ele leva o leitor à compreensão da verdade da sua própria religião e habilita-o a reconhecer a realidade do seu próprio Profeta. Tendo construído esta sólida fundação, Ele, no final do livro, fala do Báb e Sua Mensagem e aplica a esta nova Revelação os critérios que aplicou para verificar a veracidade de outros Profetas.

Uma vez que todos os Manifestantes de Deus derivam a Sua autoridade da mesma Fonte, é então possível conhecer o mais recente Manifestante, se se conhece as qualidades e atributos de Um que tenha aparecido numa idade posterior.

A grande maioria dos seguidores das religiões mundiais, todavia, é ensinada a acreditar apenas num Mensageiro de Deus. Se por um lado são sinceros na sua crença de que a sua religião é verdadeira e tem origem divina, por outro, frequentemente não reconhecem a realidade do seu Profeta. Existe uma grande diferença entre conhecer a sua religião e conhecer a realidade do Fundador da sua Fé. Por exemplo, um homem pode possuir um pedaço de ouro e saber quanto ele é precioso, e no entanto, ser incapaz de distinguir o ouro do bronze. Este homem não será capaz de reconhecer um novo pedaço de ouro se o encontrar.

Assim é a humanidade de hoje. Mas se alguém reconhecer a realidade do Fundador da sua própria religião, não terá dificuldade em reconhecer Bahá'u'lláh como Manifestante de Deus para esta era.

O Kitáb-i-Íqán habilitou um vasto número de pessoas de variadas origens a compreender a verdade da sua religião, o primeiro passo para acreditar em Bahá'u'lláh. Este livro derramou grande esplendor sobre os Livros Sagrados das Dispensações passadas. Iniciou a construção de uma sólida fundação da definitiva unidade de todas as religiões do passado. Tem servido como uma chave com a qual os seguidores de Bahá'u'lláh têm aberto as portas do conhecimento até agora oculto ao homem. Tem-se tornado uma fonte de inspiração para estudiosos Bahá'ís e professores, que desde então têm escrito livros provando a autenticidade da Mensagem de Bahá'u'lláh por provas racionais e intelectuais ou pela interpretação das Sagradas Escrituras do passado. De facto, este livro deu uma nova visão aos Bahá'ís, ajudando-os a descobrir os mistérios da religião e a ensinar a sua Fé com grande percepção e conhecimento.

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NOTAS
[1] - O Báb é referido como Hájí devido à Sua peregrinação a Meca
[2] - Khánidán-i-Afnan, pag. 25-26
[3] - Um eminente clérigo muito instruído que se tornou um devotado seguidor do Báb no primeiro ano da Sua Declaração, e mais tarde reconheceu a posição de Bahá'u'lláh e abraçou a Sua Fé.
[4] - Um tio de Maomé que não reconheceu a Sua posição de Profeta e que O hostilizou
[5] - Alguns dos Imáms do Islão Xiita, incluindo o Imám Husayn estão sepultados em Karbilá, Najaf, Kázimayn e Sámmarrá.
[6] - Khánidán-i-Afnan, pags. 32-35.
[7] - Khánidán-i-Afnan, pag. 42-43.
[8] - Bahá'u'lláh.
[9] - O Báb.
[10] - Kitáb-i-Íqán, pag. 153.
[11] - Shoghi Effendi, Presença de Deus, pags. 199-200.
[12] - Daniel, 12:9

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